Transformações na relação médico-paciente na era da informatização
Resumo
O artigo questiona o papel do médico no contexto de uma medicina tecnicista e impessoal, orientada para as necessidades do mercado e não as do ser humano. Considerando as relações sociais e do trabalho como condições para a existência plena do homem, revisa os fatos que estão transformando o trabalho médico em produto de mercado e discute a hipervaloração de procedimentos tecnológicos em detrimento da relação interpessoal na consulta e tratamento do doente. Constata, ainda, a crescente perda de valores humanistas e éticos na postura do médico ao aderir a uma medicina mecanicista e sem bases bioéticas, ressaltando a necessidade de preservação da interação médico-paciente a partir de princípios como o respeito à autonomia e à dignidade entre pessoas. Sugere, finalmente, que a ‘robotização’ do médico pode significar a futura extinção de sua profissão.