Práticas médicas de aceitação da morte na UTI de um hospital geral no Nordeste do Brasil

Autores/as

  • Esdras Cabus Moreira
  • João Guilherme Biehl

Resumen

Desenvolvimentos tecnológicos e novas práticas médicas estão reconfigurando a experiência de morrer. Sob essa ótica, realizamos um estudo etnográfico em um hospital geral no Nordeste brasileiro, enfocando as práticas médicas junto a pacientes críticos na Unidade de Terapia Intensiva. Observamos condutas médicas de aceitação da morte, tais como: não reanimar pacientes considerados “irrecuperáveis”, ajuste do respirador para controle menos rigoroso e diminuição de drogas psicoativas. Identificamos uma ética informal existente entre o grupo médico da unidade, que possibilita tais condutas. Apesar de não corresponder às diretrizes formalizadas pela instituição, esta ética informal reinventou estas diretrizes à luz de dilemas cotidianos e adquiriu, ao longo do tempo, uma normatividade, consolidando-se como uma “bioética local”. Essa reinvenção aponta para novas formas de experiência que emergem da interação de avanços biocientíficos, poder médico e padrões locais de exclusão e inclusão social.

Palabras clave:

bioética, doente terminal, eutanásia, morte, ordem para não ressuscitar, suicídio assistido

Biografía del autor/a

Esdras Cabus Moreira

Psiquiatra do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD) da Universidade Federal da Bahia (UFBa); mestre em Saúde Pública pela UFBa e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Johns Hopkins; Hubert Humphrey Fellow, 2001-2002

João Guilherme Biehl

Professor assistente do Departamento de Antropologia, Universidade de Princeton; membro da Escola de Ciências Sociais,
Instituto de Estudos Avançados 2002-2003

Publicado:

2009-09-15

Cómo citar

1.
Moreira EC, Biehl JG. Práticas médicas de aceitação da morte na UTI de um hospital geral no Nordeste do Brasil. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 15 de septiembre de 2009 [citado 4 de diciembre de 2024];12(1). Disponible en: https://revistabioetica.cfm.org.br./revista_bioetica/article/view/118