Neuropsicologia e autonomia decisória: implicações para o consentimento informado

Autores/as

  • Vitor Geraldi Haase
  • Pedro Pinheiro Chagas
  • Rui Rothe Neves

Resumen

O artigo faz revisão de resultados de algumas pesquisas psicológicas sobre juízo moral e processos de tomada de decisão (TD). Juízos morais são formulados inicialmente de forma automática, implícita, a partir de reações emocionais. Apenas em etapa ulterior do processamento são racionalmente elaborados. Tanto pacientes quanto profissionais têm dificuldade para estimar probabilidades e tomam decisões com base em heurísticas ou processos intuitivos, os quais acarretam o risco de vieses. A visão do ser humano como agente racional, implícita no princípio da autonomia que fundamenta a bioética, não corresponde a uma descrição fidedigna do comportamento humano. Os dados empíricos contradizem as intuições morais que embasam o arcabouço normativo da bioética. A teoria bioética poderia se beneficiar de uma aproximação mais explícita às posições utilitaristas. Tanto profissionais quanto usuários dos serviços de saúde podem se beneficiar pela conscientização das ameaças ao consentimento informado derivadas da arquitetura do sistema cognitivo humano.

Palabras clave:

Juízo moral, Tomada de decisão, Bioética, Consentimento informado, Neurociência cognitiva, Psicologia cognitiva, Racionalidade, Autonomia

Biografía del autor/a

Vitor Geraldi Haase

Doutor em Psicologia Médica, professor adjunto do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordenador do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento

Pedro Pinheiro Chagas

Acadêmico do curso de graduação em Psicologia do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e bolsista do Pibic/CNPq no Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento

Rui Rothe Neves

Doutor em Estudos Lingüísticos e professor adjunto da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Publicado:

2009-07-03

Cómo citar

1.
Haase VG, Chagas PP, Neves RR. Neuropsicologia e autonomia decisória: implicações para o consentimento informado. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 3 de julio de 2009 [citado 27 de noviembre de 2024];15(1). Disponible en: https://revistabioetica.cfm.org.br./revista_bioetica/article/view/35