Bioética e o desafio do transumanismo: ideologia ou utopia, ameaça ou esperança?
Resumo
Este artigo discorre sobre um dos maiores desafios para a bioética neste início de século XXI, batizado como o ‘século da biotecnologia’: a chegada da era do pós-humanismo outransumanismo. Reflete sobre o significado do melhoramento biotecnológico das capacidades humanas biológicas, tais como os relacionados ao prolongamento do tempo de vida, à possibilidade de alteração do tipo de personalidade e inteligência e à reprogramação da mente humana, mostrando que tais processos podem estar propiciando a emergência de um "transumanismo". Aponta que a genética, a nanotecnologia, a clonagem, a criogenia, a cibernética e as tecnologias de computador, bem como a biogerontologia e a medicina antienvelhecimento, são parte dessa visão
pós-humana, que inclui até a idéia de formar uma mente computadorizada, livre da carne mortal e, portanto, mortalizada. Nesse contexto, apresenta os impasses inerentes a essa nova concepção, considerando que se para os pós-humanistas a biologia, a natureza humana tal como a conhecemos hoje, não é um destino, mas antes algo que deve ser superado e modificado, para outro grupo de pensadores, os chamados bioconservadores, tais aportes não passam de mero cientificismo a ser combatido. Frente a tal debate, este artigo aponta a importância de, no momento atual, oscilante
entre ameaças e esperanças, ideologia e utopia, adotar referenciais éticos para discernir quais dessas transformações são salutares e quais são destrutivas – as que se precisa evitar.
Palavras-chave:
Natureza humana, Transumanismo, Melhoramento biotecnológico, Pós-humanistas, Bioconservadores
Como Citar
1.
Pessini L. Bioética e o desafio do transumanismo: ideologia ou utopia, ameaça ou esperança?. Rev. bioét.(Impr.). [Internet]. 2º de julho de 2009 [citado 24º de novembro de 2024];14(2). Disponível em: https://revistabioetica.cfm.org.br./revista_bioetica/article/view/14